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O biquíni que vela e revela


Acabei de passar alguns dias de férias em Maldonado, no Uruguai, frequentando as praias de Manantiales, La Barra e Punta Del Este. Lá observei que existe no verão algo que entrosa todos nós, independente da nacionalidade. Uma linguagem própria da estação - do calor, das águas e dos corpos - que tem como base a economia de panos, as cores vibrantes e uma permissividade consentida.

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Na beira da praia e da piscina, os trajes de banho são uma atração à parte, onde biquínis ousados, maiôs geométricos, sungas e calções divertidos e curtos são diariamente convocados. Nesses redutos, corpos de todos os tipos, magros ou com quilos extras, são aceitos, ainda que observados e eventualmente criticados de canto de olho. Mas é fato, paira no verão uma naturalidade em corpos expostos, em trajes que às vezes flertam com o indecente, em pés descalços errantes, em peles douradas, brancas ou avermelhadas. No verão, instala-se uma moda praia que inclui ainda chinelos, cangas, saídas de banho e toalhas por entre um condomínio de guarda-sóis.

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É quase óbvio. Segundo historiadores, ficam mais claros no verão os motivos pelos quais nos vestimos: proteção, pudor e atração. Existem necessidades humanas básicas para as quais as roupas são a resposta cultural. Se as considerarmos uma linguagem, como faz a escritora Alison Lurie (1997), em "A Linguagem das Roupas", entenderemos que cobrimos nossos corpos pelas mesmas razões pelas quais falamos. Ora, as roupas existem para deixar a vida mais fácil, para proclamar ou disfarçar nossa identidade e para atrair a atenção sexual, sobretudo os looks de verão.

Foto: Pixabay 

O acordo social sobre o que se vestirá na praia é ele próprio um vínculo que nos enlaça e nos despe de forma autorizada. Independente do objetivo, expor e exibir nossos corpos é admitido. Os biquínis, apesar de serem uma criação francesa de meados da década de 1940, foram notabilizados no Brasil a partir dos anos 1960 por meio da criação de modelos cada vez mais audaciosos: fio-dental, asa-delta, tanga, cortininha, entre outros. Por isso, o Brasil é conhecido internacionalmente por sua moda praia.

A moda é para nos fazer felizes

Um biquíni é uma declaração. Um atestado da nossa liberdade, da nossa autoestima, não tanto no sentido de adoção de extravagâncias, mas no de manifestação da nossa natureza humana. Se mais discreto ou exibicionista, não importa, o que importa é ser colorido pelo sol. Beijos fator 30 e um ótimo verão! 

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